De bancos a agronegócio - o que fazem os bilionários brasileiros
Bancos, fazendas, cervejas e redes de TV. Essas são algumas das principais áreas onde atuam os bilionários brasileiros listados no ranking da Forbes, divulgado nesta segunda-feira.
Dos 54 bilionários do país, 13 deles têm negócios no setor bancário, como Joseph Safra, dono do banco Safra e o "banqueiro mais rico do mundo", ocupando o segundo na lista dos brasileiros e 52º no ranking geral. Três membros da família Moreira Salles, do Itaú Unibanco, também estão na lista.
Sete posições do ranking nacional estão ocupadas por brasileiros do agronegócio, como o empresário e senador Blairo Maggi (PR-MT), um dos maiores produtores de soja do mundo.
A terceira area de atuação dos bilionários brasileiros é a cerveja. Trés deles são sócios da Anheuser-Busch InBev - Jorge Paulo Lemann, primeiro lugar da lista de brasileiros deste ano e do anterior e 26º no ranking geral, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira -, além de Walter Faria, da Itaipava.
Também com quarto representantes, o setor de comunicação da lista é representado pela família Marinho, das organizações Globo, e pelo bispo Edir Macedo proprietário da Rede Record e fundador da Igreja Universal do Reino de Deus.
Clube 'enxuto'
Pela primeira vez desde 2008, o clube de bilionários brasileiros encolheu, de acordo com a Forbes. O número passou de 65 bilionários no ano passado para 54 no ranking atual.
"Demorou, mas os brasileiros mais ricos do mundo finalmente começaram a sentir as consequências da desaceleração econômica do país, que começou em 2010 em meio a uma combinação de eventos como a queda do preço das commodities, escândalos de corrupção e gastos excessivos do governo", diz a revista.
A lista geral da revista é liderada por Bill Gates, com uma fortuna de US$ 79,2 bilhões. Ele é seguido pelo magnata das comunicações mexicano Carlos Slim, com US$ 77,1 bilhões, e o megainvestidor americano Warren Buffett, com US$ 72,7 bilhões.
Mark Zuckerberg, dono do Facebook, subiu 5 posições neste ranking e agora está, pela primeira vez entre os 20 mais ricos, em 16º lugar.
Lemann, o brasileiro mais bem posicionado no ranking (veja ranking abaixo), tem uma fortuna estimada em US$ 25 bilhões. Ele é seguido por Joseph Safra, cuja fortuna estimada é de US$ 17,3 bilhões, e por Marcel Herrmann Telles, também da Anheuser-Busch InBev, com US$ 13 bilhões.
Chineses
De acordo com a Forbes, apesar da queda no preço do petróleo e do enfraquecimento do euro, o ranking dos bilionários expandiu-se. São 1.826 deles, com fortuna total estimada de US$ 7,05 trilhões ao redor do mundo. São 290 novos bilionários, 71 deles da China.
O Brasil ainda não produziu uma bilionária mulher que tenha ascendido por conta própria, diz a revista.
"Maria Helena Moraes Scripilliti é a mulher mais rica do Brasil, com uma fortuna de US$ 2,4 bilhões. Ela está entre os acionistas controladores do grupo familiar Votorantim, o quinto maior conglomerado industrial diversificado da América Latina", aponta a revista.
Um dos nomes que saíram da lista foi o de Cesar Mata Pires. Sua fortuna era estimada em US$ 1,55 bilhão no ano passado, mas hoje é menos da metade disso. "Tem sido um ano duro para Mata Pires, cuja problemática empreiteira OAS foi supostamente envolvida em um escândalo de propinas da estatal Petrobras, o que resultou na prisão de alguns de seus executivos", diz a Forbes.
"Títulos emitidos pela OAS com vencimento em 2019 caíram 88% desde as prisões, e a empresa perdeu prazos de pagamento alegando dificuldade em acessar suas contas."
Ranking dos bilionários brasileiros, com sua posição na lista geral, fortuna e área de atuação:
- (26) Jorge Paulo Lemann - US$25 bilhões - Cerveja >> O empresário é um dos controladores da AB InBev (a maior cervejaria do mundo) e do B2W, grupo que reúne lojas de comércio eletrônico como Lojas Americanas, Submarino e Shoptime, entre outras empresas.
- (52) Joseph Safra - US$17.3 bilhões - Banco >> Banqueiro e empresário, de origem libanesa, co-fundador do Banco Safra
- (89) Marcel Herrmann Telles - US$13 bilhões - Cerveja >> Sócio de Lemmann em diversos negócioes, inclusive na AB InBev e também da empresa de private equity(que investe em companhias ainda não listadas na bolsa de valores) 3G Capital
- (110) Carlos Alberto Sicupira - US$11.3 bilhões - Cerveja >> Também sócio de Lennann e Telles nas empresas já citadas.
- (165) João Roberto Marinho- US$8.2 bilhões - Comunicação >> Empresário do setor de mídia, terceiro filho de Roberto Marinho (falecido em 2003), que atual como presidente do Conselho editoral e vice-presidente do das organizações Globo.
- (165) José Robserto Marinho - US$8.2 bilhões - Comunicação >> Irmão de João Roberto, o também empresário controla a Fundação Roberto Marinho.
- (165) Roberto Irineu Marinho- US$8.2 bilhões - Comunicação >> Presidente das organizações Globo, ele assumiu o cargo em 2003, após a morte de seu pai, Roberto Marinho.
- (330) Eduardo Saverin- US$4.8 bilhões – Tecnologia (Facebook) >> Um dos co-fundadores do Facebook, ao lado de Mark Zuckerberb, ele atua como investidor, especialmente em start ups.
- (369) Abiilio dos Santos Diniz - US$4.4 bilhões - Varejo >> Após vender sua participação no Grupo Pão de Açúcar em 2014, ele agora está no conselho de adiministração da rede concorrente no Brasil, a francesa Carrefour.
- (462) Francisco Ivens de Sá Dias Branco- US$3.7 bilhões - Setor alimentício >> Fundador da gigante do setor alimentício, M. Dias Branco – uma empresa que começou nos anos 40 como no interior do Ceará.
- (512) Walter Faria - US$3.4 bilhões - Cerveja
- (603) Aloysio de Andrade Faria - US$3 bilhões - Bancos
- (628) Andre Esteves - US$2.9 bilhões - Bancos
- (737) Jose Luis Cutrale - US$2.5 bilhões – Agronegócio (Suco de laranja)
- (737) Alexandre Grendene Bartelle - US$2.5 bilhões - Calçados
- (737) Ermirio Pereira de Moraes - US$2.5 bilhões - Diversos
- (737) Maria Helena Moraes Scripilliti - US$2.5 bilhões - Diversos
- (737) Carlos Sanchez - US$2.5 bilhões - Área médica
- (782) Edson de Godoy Bueno - US$2.4 bilhões - Área médica
- (810) Miguel Krigsner - US$2.3 bilhões - Cosméticos
- (894) Fernando Roberto Moreira Salles - US$2.1 bilhões - Bancos, minério
- (894) Joao Moreira Salles - US$2.1 bilhões - Bancos, minério
- (894) Walter Moreira Salles Junior - US$2.1 bilhões - Bancos, minério
- (894) Pedro Moreira Salles - US$2.1 bilhões - Bancos, minério
- (949) Rossana Camargo de Arruda Botelho - US$2 bilhões - Construção
- (949) Renata de Camargo Nascimento - US$2 bilhões - Construção
- (949) Regina de Camargo Pires Oliveira Dias - US$2 bilhões - Construção
- (1054) Jorge Moll Filho - US$1.8 bilhão - Área médica
- (1118) Dulce Pugliese de Godoy Bueno - US$1.7 bilhão - Área médica
- (1118) Ana Lucia de Mattos Barretto Villela - US$1.7 bilhão - Bancos
- (1118) Alfredo Egydio Arruda Villela Filho - US$1.7 bilhão - Bancos
- (1118) Lirio Parisotto - US$1.7 bilhão - Investimentos
- (1190 Julio Bozano - US$1.6 bilhão - Bancos
- (1250) Lina Maria Aguiar - US$1.5 bilhão - Bancos (herança)
- (1250) Sergio Lins Andrade US$1.5 bilhão - Construção
- (1250) Jayme Garfinkel US$1.5 bilhão - Seguros
- (1324) Ana Maria Marcondes Penido Sant'Anna - US$1.4 bilhão - Pedágios
- (1324) Rubilhõesens Ometto Silveira Mello - US$1.4 bilhão - Agronegócio (etanol)
- (1324) Nevaldo Rocha - US$1.4 bilhão - Varejo
- (1324) Antonio Luiz Seabra - US$1.4 bilhão - Cosméticos
- (1415) Michael Klein - US$1.3 bilhão - Varejo
- (1415) Jose Isaac Peres e esposa - US$1.3 bilhões - Shopping Centers
- (1533) Lia Maria Aguiar - US$1.2 bilhão - Bancos (herança)
- (1533) Joao Alves de Queiroz Filho - US$1.2 bilhão – Bens de consumo
- (1605) Itamar Locks - US$1.2 bilhão - Agronegócios
- (1605) Blairo Maggi - US$1.2 bilhão - Agronegócios
- (1605) Lucia Maggi - US$1.2 bilhão - Agronegócios
- (1638) Maurizio Billi - US$1.1 bilhão - Área médica
- (1638) Edir Macedo - US$1.1 bilhão - Comunicação/Religião
- (1638) Marli Pissollo - US$1.1 bilhão Agronegócios
- (1741) Maria de Lourdes Egydio Villela - US$1 bilhão - bancos
- (1741) Daisy Igel - US$1 bilhão - Gás, petroquímica
- (1741) Liu Ming Chung - US$1 bilhão - Papeleira
- (1741) Hugo Ribeiro - US$1 bilhão - Agronegócios