Apple remove aplicativo sobre Intifada a pedido de Israel

Jovem palestino atira pedras contra israelenses em 1998 (arquivo/AP)

Crédito, BBC World Service

Legenda da foto, Nome de aplicativo se refere a um futuro novo levante de palestinos contra Israel

A Apple retirou um aplicativo em árabe de sua App Store em resposta a um pedido do governo de Israel, que afirmou que o software incitava à violência.

O software grátis, chamado ThirdIntifada (Terceira Intifada, em tradução livre), tinha sido lançado havia alguns dias. O aplicativo encorajava seus usuários a compartilhar opiniões e organizar protestos contra Israel.

A palavra Intifada se refere aos levantes violentos de palestinos contra Israel nas últimas três décadas. Terceira Intifada se refere a um possível futuro levante.

"Retiramos este aplicativo da App Store porque violava as orientações dadas para os desenvolvedores ao ser ofensivo a grandes grupos de pessoas", afirmou Tom Neumayra, porta-voz da Apple.

Carta para Jobs

O aplicativo, desenvolvido por uma empresa baseada em Dubai, fazia uma lista de protestos que iriam acontecer, fornecia notícias e editoriais em árabe, além de incluir links para material nacionalista palestino na web.

O ministro israelense para Negócios Públicos e Diáspora, Yuli Edelstein, enviou uma carta ao fundador da Apple, Steve Jobs, com uma reclamação contra o aplicativo.

Pule Podcast e continue lendo
BBC Lê

Podcast traz áudios com reportagens selecionadas.

Episódios

Fim do Podcast

"Ao navegar pelos artigos, estórias e fotografias que aparecem no aplicativo, fica claro que este é um aplicativo contra Israel e contra o Sionismo que, na verdade, como seu nome sugere, chama para um levante contra Israel", afirmou Edelstein na carta a Jobs.

Nesta quinta-feira, logo depois da retirada do aplicativo, o ministro israelense aprovou a "ação rápida da Apple".

Em março deste ano, o Facebook já tinha retirado do ar uma página que pedia por um novo levante palestino contra Israel.

Segundo o jornal israelense Haaretz, Edelstein afirmou que a página do Facebook foi criada pelo mesmo grupo responsável pelo aplicativo ThirdIntifada.

"A página do Facebook pedia um levante contra Israel por meio de violência, e incluía incitação grave", disse o ministro.

Na declaração do Ministério em que anunciou a medida da Apple, Edelstein afirmou que a companhia, como o Facebook, "provou que tem valores que são opostos à violência, incitação e terrorismo".