Dia Mundial de Luta contra a Aids: Oito mitos sobre o HIV que foram derrubados

  • Pablo Uchoa
  • Do Serviço Mundial da BBC
Teste de HIV com resultado positivo

Crédito, Getty Images

Infecções pelo vírus HIV são um problema grave para a saúde a nível global, já que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 36,3 milhões de pessoas já perderam a vida por causa da doença.

Em 2020, 680 mil pessoas morreram de causas relacionadas ao HIV e 1,5 milhão de pessoas contraíram o HIV, segundo dados da OMS atualizados em novembro de 2021.

No fim de 2020, havia mais de 37 milhões de pessoas vivendo com o vírus, sendo mais de dois terços delas na África, segundo as estimativas.

Desde o primeiro ciclo de expansão da Aids, na década de 1980, todo tipo de desinformação e mitos alimentou o preconceito e o estigma sobre como é ser contaminado e viver com o HIV. Estar infectado com o vírus é a única maneira de ser diagnosticado com a doença.

No Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro, desmistificamos algumas dessas afirmações equivocadas.

Uma ilustração 3D do vírus da AIDS

Crédito, Google

Legenda da foto, O HIV não é transmitido por meio do contato pele a pele, da saliva ou de picadas de mosquito

1º Mito: É possível contrair o vírus estando perto de pessoas HIV positivo

Essa informação falsa tem fomentado a discriminação contra pessoas soropositivas há muito tempo.

E, apesar de todas as campanhas de conscientização, em 2016 cerca de 20% das pessoas no Reino Unido ainda acreditavam que o HIV podia ser transmitido por contato pele a pele ou por meio da saliva.

Mas ele não se espalha pelo toque e nem por meio de lágrimas, suor, saliva ou urina.

Perto de alguém que seja HIV positivo, não é possível que você seja contaminado ao:

- Respirar em um mesmo ambiente

- Abraçar, beijar ou apertar as mãos

- Dividir itens de alimentação

- Compartilhar uma fonte de água potável

- Usar equipamentos comuns na academia

- Tocar em um assento de vaso sanitário ou uma maçaneta

O HIV é transmitido por meio da troca de fluidos corporais com indivíduos infectados, como sangue, sêmen, fluido vaginal e leite materno.

2º Mito: Remédios alternativos podem curar a Aids

Nada verdadeiro. Terapias alternativas, tomar banho depois do sexo ou transar com uma virgem - elementos que aparecem no universo da desinformação a respeito do tema - não surtirão efeito contra o HIV.

O mito da "limpeza virgem", que se espalhou na África subsaariana, em partes da Índia e da Tailândia, é particularmente perigoso.

Uma enfermeira tira sangue de um paciente

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Uma em cada quatro pessoas que tem o vírus HIV não sabe disso

Ele levou ao estupro de meninas muito jovens e, em alguns relatos, até mesmo de bebês - também colocando-os sob risco de contrair o HIV.

Acredita-se que o mito tenha raízes na Europa do século 16, quando as pessoas começaram a contrair sífilis e gonorreia. A falsa terapia também não funciona para estas doenças.

Quanto a orações e rituais religiosos, embora possam ajudar as pessoas a lidar com situações difíceis, eles não têm efeito medicinal sobre o vírus.

3º Mito: Mosquitos podem espalhar o HIV

Embora o vírus do HIV seja transmitido por meio do sangue, diversos estudos mostram que você não pode contraí-lo ao ser picado por insetos que se alimentam do sangue humano.

Isso por dois motivos:

1) Quando os insetos mordem, eles não injetam na próxima vítima o sangue da pessoa ou animal que morderam antes;

2) O HIV vive apenas por um curto período de tempo dentro deles.

Então, mesmo que você more em uma área com muitos mosquitos e com alta prevalência de HIV, as duas coisas não estão relacionadas.

4º Mito: Não se contrai o HIV via sexo oral

É verdade que os riscos de infecção por meio do sexo oral são menores do que em outras modalidades. A taxa de transmissão é inferior a quatro casos em 10 mil atos sexuais.

Mas você pode contrair o vírus fazendo sexo oral com um homem ou uma mulher que seja HIV positivo - e é por isso que os profissionais de saúde sempre recomendam o uso de preservativos.

5º Mito: Não serei contaminado se usar preservativo

Os preservativos podem falhar em evitar a exposição ao HIV se eles rasgarem, escorregarem ou vazarem durante o ato sexual.

É por isso que campanhas preventivas bem-sucedidas não são aquelas que simplesmente levam as pessoas a usarem camisinhas, mas que as estimulam a fazerem o teste de HIV.

Segundo a OMS, 1 em cada 4 pessoas infectadas não sabe que tem essa condição – algo em torno de 9,4 milhões de pessoas –, representando um grande risco de transmissão.

Homem tira preservativo do bolso da calça

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Os preservativos ajudam a prevenir a transmissão do HIV e protegem contra outras doenças sexualmente transmissíveis

6º Mito: Sem sintomas, sem HIV

Um indivíduo pode viver 10 ou 15 anos com o HIV e não apresentar sintomas. Após a infecção inicial, soropositivos podem também experimentar situações semelhantes a gripes, com febre, dor de cabeça ou garganta, não identificando o motivo real para estas manifestações fisiológicas.

Outros sintomas podem surgir ainda à medida que a infecção ataca progressivamente o sistema imunológico: inchaço nos gânglios linfáticos, perda de peso, febre, diarreia e tosse.

Sem tratamento, o quadro pode avançar ainda para doenças graves, como tuberculose, meningite criptocócica, infecções bacterianas e cânceres, como linfomas e sarcoma de Kaposi, entre outros.

7º Mito: Pessoas com HIV morrerão jovens

Pessoas que sabem ser soropositivas e que aderem ao tratamento vivem cada vez mais de forma saudável.

Uma pesquisadora em um laboratório de testes

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A presença do vírus HIV pode ser detectada por exame de sangue

A Unaids (programa das Nações Unidas de combate à doença) diz que 47% de todos os soropositivos têm uma carga suprimida do vírus - ou seja, com a chamada terapia antirretroviral, reduzem a quantidade de HIV a um nível que torna o vírus indetectável em exames de sangue.

Pessoas com supressão da carga viral não transmitem a doença, mesmo fazendo sexo com pessoas HIV negativas. No entanto, se interromperem o tratamento, os níveis de HIV podem se tornar detectáveis ​​novamente.

Segundo a OMS, 21,7 milhões de pessoas vivendo com o HIV estavam em tratamento antirretroviral em 2017 - contra 8 milhões em 2010 -, o que representa cerca de 78% das pessoas soropositivas que sabem de seu diagnóstico.

8º Mito: Mães com HIV sempre infectarão os filhos

Não necessariamente. Mães com vírus suprimido podem ter bebês sem transmiti-lo.

Línea

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