Coronavírus é 'tão mortal quanto ebola' em casos de internação, diz estudo britânico
- James Gallagher
- Repórter de ciência e saúde
Pessoas internadas em hospitais por conta do novo coronavírus têm a mesma probabilidade de morrer do que aquelas hospitalizadas pelo vírus do ebola, segundo nova pesquisa conduzida no Reino Unido.
Trata-se do maior estudo da Europa analisando casos de covid-19, incluindo dados de 16.749 pacientes internados no Reino Unido. No entanto, o estudo, divulgado na plataforma medRxiv, não passou ainda pelo processo de peer review — ou revisão por pares, quando outros especialistas analisam anonimamente o trabalho dos autores antes da publicação.
De acordo com a pesquisa, pelo menos um terço dos pacientes internados com covid-19 morrem. Dos casos analisados:
- 49% sobreviveram e receberam alta;
- 33% morreram;
- 17% ainda estavam em tratamento.
A doença tem manifestação leve para a maioria das pessoas e pode ser tratada em casa, mas cientistas apontam que é importante destacar o quão perigosa a infecção pode ser.
Ser obeso, ter idade avançada e ser homem são fatores que aumentam muito o risco de morte, segundo indicam dados de 166 hospitais britânicos.
"Algumas pessoas insistem em acreditar que a covid-19 não é pior do que uma gripe ruim. Elas estão gravemente enganadas", diz Calum Semple, pesquisador líder do estudo e professor de medicina da Universidade de Liverpool.
"A taxa bruta de mortalidade para pessoas internadas com casos graves de covid-19 é de 35% a 40%, o que é semelhante à das pessoas internadas no Ebola."
"As pessoas precisam ouvir isso e colocar na cabeça... é uma doença incrivelmente perigosa."
No entanto, em geral, acredita-se que a taxa de mortalidade pelo novo coronavírus é inferior a 1%, pois muitas pessoas têm manifestações leves da doença.
Altas taxas de morte fora das UTIs
O estudo também mostrou que 31% dos pacientes tratados em leitos normais morreram, aumentando para 45% nas unidades de terapia intensiva (UTI) — onde são desempenhadas as intervenções mais drásticas, como uso da ventilação mecânica.
Mas a equipe da pesquisa apontou que a taxa de mortalidade aparentemente alta em leitos normais não se deveu a uma falta de leitos de UTI. Em vez disso, eles argumentam que pode se tratar de uma decisão correta de não colocar pacientes em tratamento intensivo.
A médica Annemarie Docherty, consultora honorária em UTIs da Universidade de Edimburgo, afirma: "Se há muito pouca ou nenhuma perspectiva de recuperação, acho que não estamos fazendo nenhum favor a essas pessoas colocando-as em uma Unidade de Terapia Intensiva."
"Acho que esta é uma discussão muito apropriada e madura que estamos tendo, no momento, em hospitais do Reino Unido."
Fatores de maior risco
O estudo confirmou algo amplamente observado em outros países — a covid-19 é mais mortal nas faixas etárias mais velhas.
Também mostrou que a diferença entre homens e mulheres aumenta com a idade. Semple diz: "Em todas as faixas etárias, mais homens do que mulheres são afetados, e a diferença aumenta à medida que envelhecemos".
A explicação para a obesidade como fator de risco não é direta, mas possivelmente envolve o fato dela estar associada a outros problemas de saúde que deixam o organismo mais vulnerável. O tecido adiposo também pode liberar substâncias químicas que aumentam a inflamação no corpo — processos inflamatórios mais evidentes têm sido observados nos casos mais graves da covid-19.
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