Dilma defende ações ‘mais drásticas’ em áreas de risco por chuvas

Bombeiros trabalham em Petrópolis
Legenda da foto, Chuvas devem continuar na região serrana do Rio por mais um dia, segundo o Inmet

A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta segunda-feira que medidas "mais drásticas" sejam tomadas para retirar moradores de áreas de risco durante a ocorrência de temporais.

A declaração foi feita durante uma visita a Roma, depois que subiu para 16 o número de mortos pelas chuvas que atingem a cidade de Petrópolis, na região serrada do Rio, segundo a Secretaria Estadual de Defesa Civil.

Logo após visitar o presidente da Organização das Nações Unidas para Alimentação e para Agricultura (FAO), José Graziano Neto, Dilma disse que lamentava as mortes em Petrópolis.

Ela disse que conversou com o governador do Rio, Sérgio Cabral, e que governo federal "está trazendo todos os recursos necessários" para assistência às vítimas.

"O problema é que muitas vezes as pessoas não querem sair (de suas casas)", disse Dilma, lembrando que dois dos mortos eram funcionários da Defesa Civil que tentavam retirar moradores de áreas de risco.

"Eu acho que vão ter que ser tomadas medidas um pouco mais drásticas para que as pessoas não fiquem na região onde não podem ficar", defendeu a presidente.

Dilma disse que "todo o sistema de prevenção de desastre que nós temos está sendo mobilizado para atender àquela região".

Reforços

A presidente também ofereceu ajuda da Força Nacional de Defesa Civil, que já estava a caminho de Petrópolis, de acordo com a Agência Brasil.

O governo estadual também enviou reforços ao local. "Reforçamos o número de bombeiros militares com a ida do Grupamento de Salvamento. Colocamos todo o maquinário do Inea (Instituto Nacional do Ambiente), que já se encontra em Petrópolis, para as eventuais necessidades nas áreas atingidas. Todo o governo foi acionado", disse Cabral.

O governador anunciou ainda a liberação imediata de R$ 3 milhões para Petrópolis, onde já há mais de 500 pessoas desabrigadas.

Cabral também fez um alerta à população local: "Estamos em alerta máximo devido aos risco iminente. Por isso, faço um apelo para que as pessoas saiam das casas, não fiquem em residências em áreas de risco." Ele deve visitar a cidade ainda nesta segunda-feira.

Vítimas

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Além de Petrópolis, Angra dos Reis, Duque de Caxias, Mangaratiba e Teresópolis também foram castigadas pelas chuvas.

O secretário de Estado de Defesa Civil do Rio de Janeiro, coronel Sérgio Simões, disse em entrevista ao canal de TV a cabo Globonews que os dois técnicos da Defesa Civil de Petrópolis que morreram "cumpriam seu papel de alertar os moradores para que saíssem de suas casas e foram surpreendidos por um escorregamento e soterrados".

Segundo a Defesa Civil, Petrópolis tinha 21 pontos de alagamento ou escorregamento na manhã desta segunda-feira. As localidades mais afetadas foram os bairros de Quitandinha, Independência e Doutor Thouzet.

As chuvas devem continuar na região serrana do Rio de Janeiro pelo menos até terça-feira. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a região serrana e o norte do Estado do Rio devem sofrer com chuva de moderada a forte, com trovoadas, rajadas de vento ocasionais e acumulado de chuva significativo, até o meio-dia de amanhã.

"A continuidade das chuvas agrava o risco de escorregamento. Nós temos na região serrana muitas áreas vulneráveis a escorregamentos", disse Simões, que pediu que a população obedeça os sinais dos alarmes sonoros instalados na cidade e saia de suas casas em direção a locais seguros ou abrigos da prefeitura.

Em janeiro de 2011, mais de 900 pessoas morreram em decorrência de uma série de inundações e deslizamentos causada por chuvas na região serrana do Rio.