O que se sabe sobre paralisação de caminhoneiros que atingiu 15 Estados

Sequência de quatro caminhões circulando em estrada

Crédito, Getty Images

O texto foi atualizado às 15h40 de 9 de setembro de 2021.

Depois das manifestações antidemocráticas lideradas por Jair Bolsonaro (sem partido), caminhoneiros que apoiam o presidente interditaram rodovias federais em pelo menos 15 estados na madrugada de quinta-feira (08/09). Mas, no meio da tarde, não havia mais bloqueios nas estradas, apenas pontos de concentração de manifestantes, segundo balanço do Ministério da Infraestrutura e da Polícia Federal Rodoviária.

As manifestações não foram comandadas por tradicionais entidades e lideranças de caminhoneiros, que recentemente refutaram participar dos atos a favor do presidente Jair Bolsonaro.

A paralisação foi organizada em grupos de WhatsApp e Telegram, e não tem ligação com entidades de classe dos trabalhadores.

Em vídeos nas redes sociais, caminhoneiros autônomos dizem apoiar pautas de Bolsonaro e creditam o aumento dos combustíveis aos governadores, além de fazer ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao longo desta quarta-feira, porém, o presidente pediu a apoiadores em Brasília que os caminhoneiros não parassem, temendo consequências sociais e econômicas graves da interrupção no transporte. Em áudio enviado a manifestantes, ele afirmou que a ação prejudica a economia e a população inteira, especialmente os mais pobres, ao provocar desabastecimento e inflação. "Deixa com a gente em Brasília aqui e agora. Mas não é fácil negociar e conversar por aqui com autoridades. Não é fácil. Mas a gente vai fazer a nossa parte aqui e vamos buscar uma solução para isso."

Em mensagem a caminhoneiros, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, afirmou que "há uma preocupação de todos com a resolução de problemas graves, mas a gente não pode tentar resolver um problema criando outro".

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Em uma das publicações nas redes, um caminhoneiro afirmou que o Supremo "é uma milícia" e que o grupo não vai aceitar que o país "seja comandado por 11 ministros".

Em outro, um caminhoneiro disse que caminhões com cargas não vão passar por estrada na Bahia. "Não está passando caminhão vazio, só passa ônibus, carro pequeno e carga perecível", diz.

Segundo Wallace Landim, conhecido como Chorão e presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores, a paralisação desta quarta não é voltada para pautas da categoria e tem caráter político-partidário a favor do presidente Bolsonaro.

"Não estamos participando, porque entendemos que a paralisação é um movimento político. Não tem uma pauta voltada para a categoria. Nossa categoria é muito polarizada, tem gente de esquerda, direita, apartidária. Não tem como levantar um movimento desses com o nome dos caminhoneiros", diz ele, que participou de mobilizações anteriores.

"Está muito claro que esse movimento de hoje tem o pessoal do agronegócio bem forte junto. Em Brasília, 90% dos caminhões eram de empresa ou de pessoas que trabalham para o agro", diz.

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Já a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) divulgou uma nota se dizendo "preocupada com os bloqueios" e manifestando "total repúdio às paralisações organizadas por caminhoneiros autônomos com bloqueio do tráfego em diversas rodovias do país, por influência de supostos líderes da categoria".

"Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da confederação Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos", diz a entidade.

Segundo a PRF, nenhuma pista foi bloqueada totalmente. Mas vídeos nas redes sociais mostram grandes congestionamentos em estradas afetadas, como a BR-101, em Pernambuco, que foi paralisada na altura da cidade de Igarassu, região metropolitana do Recife.

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Na cidade Luís Eduardo Guimarães, na Bahia, manifestantes também impedem a passagem de cargas ou caminhões vazios pela BR-242.

Em nota, o Ministério da Infraestrutura afirma que a "PRF encontra-se em todos os locais identificados e trabalha pela garantia do livre fluxo com a tendência de fim das mobilizações até a 0h desta quinta."

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Tentativa de invasão

Já em Brasília, a Esplanada dos Ministérios continuava ocupada na quarta-feira por caminhões e por um grupo de apoiadores de Bolsonaro.

Segundo o jornal O Globo, boa parte dos veículos tinha logotipo de empresas de transporte ou do agronegócio, como a produtora de soja e sementes Agrofava e a Formosa Logística, que também serve ao agronegócio.

Imagens divulgadas pelo portal Metrópoles mostram seguranças do ministério impedindo a invasão do prédio, utilizando uma grande grade, que precisou ser fechada às pressas.

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Durante a manhã, um grupo de manifestantes tentou invadir o Ministério da Saúde. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, os manifestantes tentaram agredir jornalistas que estavam em frente ao prédio da pasta.

O grupo hostilizou jornalistas que estavam no local. Uma jornalista da Record TV foi encurralada e sofreu ameaças, segundo a rede de TV.

A Polícia Militar do Distrito Federal informou que policiais foram chamados para acompanhar uma ocorrência no local, mas, quando os policias chegaram, a situação já tinha se resolvido.

Segundo a PM, a Esplanada dos Ministérios está fechada, mas alguns apoiadores de Bolsonaro permanecem na região, além de alguns caminhões.

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